Título: Equipe econômica apresentou a Lula cenários para isentar do IR quem ganha até R$ 5 mil, diz Haddad
Publicação: G1
Autor: Alexandre Martello
Data: 12/9/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (12/9) que o presidente Lula deve validar, em “um futuro próximo”, uma das propostas elaboradas pela área técnica do governo para isentar do Imposto sobre a Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil por mês.

O presidente encomendou da área econômica estudos que permitissem chegar a R$ 5 mil [de isenção]. Apresentamos alguns cenários. Só posso falar quando ele validar algum dos cenários. Assim que o presidente entender conveniente, vai chamar outros ministros. Mas ele deve bater o martelo em torno disso em algum momento do futuro próximo”, declarou o Haddad durante entrevista para programa Bom dia Ministro, da TV Brasil.

Segundo o ministro, “parece consistente a proposta da área técnica, e ele [presidente Lula] se animou de falar do assunto. Um dos caminhos oferecidos parece bastante promissor do ponto de vista econômico e político.”

Ao repercutirem a questão, os portais de notícia g1 e Metrópoles citaram os cálculos efetuados pela Unafisco Nacional que apontam para defasagem de 166,01% na tabela do IR.

Segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), a defasagem da tabela é estimada em 166,01% para as faixas acima de dois salários mínimos, o que leva muitos contribuintes a pagarem mais imposto à medida que seus salários são ajustados pela inflação”, escreveu o Metrópoles.

O presidente Lula, recentemente, pôs em dúvida o cumprimento da sua promessa de campanha nessa gestão. “Em 2026, na hora em que for mandado o Orçamento para o Congresso Nacional, estará lá a rubrica de que quem ganha até R$ 5 mil não pagará Imposto de Renda”, disse em entrevista para a rádio Difusora Goiânia, no dia 6/9.

Depois dessa declaração do presidente da República, a Unafisco Nacional publicou notícia em seu site, sobre a possibilidade de descumprimento da promessa. Isso porque, ao incluir tal isenção na proposta orçamentária, a ser enviada ao Congresso apenas em 2026, a medida valeria somente a partir de 2027, após o término do atual mandato presidencial.

A cada ano em que o governo adia o cumprimento da supracitada promessa, a Unafisco Nacional alerta para o sacrifício que recai sobre a classe média. “A proposta orçamentária de 2025 sem a correção da tabela do Imposto sobre a Renda representa mais um sacrifício tributário sobre a classe média e coloca em questão a capacidade do governo de cumprir suas promessas de campanha”, afirmou a entidade em nota enviada à imprensa.

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