O presidente da Unafisco Nacional, Auditor Fiscal Mauro Silva, defendeu novamente a Classe e a Receita Federal das acusações fantasiosas de que haveria uma organização criminosa atuando no órgão. No dia 19/7, em entrevista para o Poder Expresso, do SBT, Mauro expôs a fragilidade das acusações feitas pela senhora Juliana Bierrenbach, que se apresenta como ex-advogada do senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ).
Três dias antes, em 16/7, a referida advogada, durante entrevista para a Globonews, afirmou que existiria uma suposta organização criminosa na Receita Federal, particularmente na Corregedoria (Coger), com objetivo de perseguir desafetos políticos. Além disso, os integrantes desse suposto grupo teriam uma senha invisível para acessar dados de contribuintes, sem deixar rastros.
Acusações frágeis. Na entrevista para o SBT, Mauro Silva demonstrou, claramente, como as acusações feitas pela advogada não se sustentam.
O presidente da Unafisco expôs o total desconhecimento da acusadora em relação às atribuições dos órgãos da Receita Federal, salientando que a Coger não acessa dados de contribuintes externos.
“O Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] é quem elabora os chamados Relatórios de Inteligência Financeira, os RIFs. E, segundo critérios do Coaf, o órgão entende se [o RIF] deve ou não ser enviado para a Receita Federal. Na Receita, os órgãos que lidam com essa informação são a Inteligência e a Fiscalização, jamais a Corregedoria. A Corregedoria serve para apurar infrações disciplinares dos Auditores Fiscais e demais servidores. Ou seja, não tem nenhuma relação com o contribuinte externo. Então, a tese de que existiria organização criminosa na Corregedoria, por si só, cai por terra.”
Na sequência, Mauro Silva reforçou a inexistência de uma “senha invisível”, que não deixaria rastros do acesso a dados de contribuintes.
“Eu quero tranquilizar toda a população brasileira, pois todos os dados acessados pela Receita Federal guardam um log no Serpro [Serviço Federal de Processamento de Dados]. Não existe senha invisível.”
O presidente da Unafisco citou, como exemplo, um caso divulgado pela imprensa, em que coordenador de Inteligência da Receita Federal, no governo passado, foi demitido justamente por acessar dados de desafetos do ex-presidente da República.
Mauro Silva salientou que tal caso demonstra como a tese da advogada sobre uma suposta “senha invisível” é fantasiosa. Isso porque, se houvesse mesmo a possibilidade de a Inteligência acessar, sem deixar rastros, dados de contribuinte, o chefe desse setor não seria descoberto.
Interpelação. Diante da gravidade de tais acusações, a Unafisco decidiu interpelar a supracitada advogada para que ela tenha oportunidade de se retratar. Caso contrário, poderá ser responsabilizada civil e criminalmente.
“Ao fazer tais acusações, a advogada transbordou os limites da liberdade de expressão, atingindo a honra objetiva dos Auditores Fiscais. Eu diria mais: transbordou até os limites da imunidade profissional que os advogados possuem. Nós vamos interpelar e dar oportunidade de ela se retratar. [Se não o fizer], nós vamos adiante numa responsabilização civil e criminal por essa afirmação”, disse Mauro Silva para o SBT.
Defesa da Unafisco repercute. Assim que a referida advogada fez tais acusações absurdas na mídia, a Unafisco buscou importantes veículos de imprensa para emitir seu posicionamento.
No dia 18/7, o portal g1 publicou: “‘Acusações são extremamente graves’, afirma associação de auditores da Receita Federal sobre falas de ex-advogada de Flávio Bolsonaro.” No mesmo dia, o UOL noticiou: “Fiscais cobram ex-advogada de Flávio Bolsonaro por ataques à Receita.” Já o site Metrópoles escreveu: “Unafisco considera gravíssimas falas de advogada de Flávio Bolsonaro.” Além destes, outros veículos de imprensa também divulgaram nota da entidade.
A Unafisco ocupa espaços relevantes na mídia para defender o cargo de Auditor Fiscal e a Receita Federal. A entidade seguirá atenta para tomar as devidas providências.
Assista, a seguir, à entrevista de Mauro Silva na íntegra:





