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Se, nos anos de 1990, faltaram evidências para a acusação de corrupção feita pelo jornalista Paulo Francis (1930–1997) contra diretores da Petrobras, hoje existe um Everest de provas levantadas pela Receita Federal do Brasil (RFB), por meio da operação Lava Jato, em conjunto com a Polícia Federal e a força-tarefa do Ministério Público Federal.

Muito embora a RFB tenha atuação substancial e constante nos casos de combate à corrupção e ao crime organizado País afora, as operações são, via de regra, divulgadas pela mídia apenas como sendo da Polícia Federal e do Ministério Público, sendo raras as ocasiões em que o Fisco aparece positivamente para o grande público. Isso não é culpa da imprensa, mas da própria RFB, que tem por tradição uma atuação tímida na mídia, sob o argumento por vezes equivocado do sigilo fiscal. Dessa vez, felizmente, a RFB resolveu falar da importância do seu trabalho para o deslinde das investigações e para a recuperação de valores aos cofres públicos.

Para comentar sobre a importante participação da RFB nessa operação, a revista Época desta semana entrevista o coordenador-geral de Pesquisa e Investigação da RFB (Copei), Gerson Dagord Schaan. De acordo com ele, a operação Lava Jato é a mais importante da história da Receita Federal. “Pudemos fechar o ciclo de investigação. Começa com os crimes contra a administração pública, que passam pelo superfaturamento das obras da Petrobras. Depois, vem o pagamento de propina a agentes públicos. Na sequência, vem a lavagem de dinheiro.”

Segundo Gerson, estima-se que as multas aplicadas às empresas ultrapassem o valor de R$ 1 bilhão. “Elas têm o caráter pedagógico, a função é desestimular aquela pessoa ou empresa a reincidir no crime”, explica. Tal avalanche sobre os criminosos transmite uma mensagem bombástica contra a sensação de impunidade: “se pegamos as grandes empresas, podemos pegar qualquer empresa. É um grande recado”, diz Gerson Dagord Schaan.

Por todos esses resultados extraordinários encontrados na operação Lava Jato, a Unafisco se coaduna com a percepção de Schaan, a qual acabou por refletir no título da entrevista: “É a operação mais importante da história.”

 

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